Botafogo

BREVE HISTÓRIA DO BOTAFOGO.

BOTAFOGO-RJ – Botafogo de Futebol e Regatas; 12 de agosto de 1904; Avenida Wenceslau Braz, 72, Botafogo, Rio de Janeiro (RJ), CEP 22290-140.
Camisa com listras verticais pretas e brancas, calção preto e meias cinzas; seus símbolos mais conhecidos são o Pato Donald e o Manequinho. O Pato Donald foi adotado na década de 40 por sugestão do chargista argentino Mollas, que se inpirou em alguns dirigentes alvinegros, famosos naquele tempo por lutar até o fim por seus direitos. Já o Manequinho, estátua que fica em frente à sede social do Botafogo, na Avenida Wenceslau Braz, foi adotado como a segunda mascote em 1957. Antes da final do Campeonato Carioca contra o Fluminense, seu ex-time, Didi prometera que, se o Fogão faturasse o título, ele caminharia do Macaranã à sede do clube. Após a vitória por 6 x 2, lá se foi Didi pagar a promessa. Uma multidão o esperava na Wenceslau Braz e alguém teve a idéia de vestir a camisa botafoguense em Manequinho.

Nílton Santos só ficava longe do Botafogo para defender o Brasil e o Rio de Janeiro. Em 17 anos, foram 718 jogos. As denominações Glorioso, Estrela Solitária e Fogão. Glorioso foi dado pela imprensa do Rio, e logo adotado pela torcida, depois da conquista do título carioca de 1910, quando o Botafogo fez uma campanha espetacular: nove vitórias em dez jogos e uma goleada de 6×1 sobre o Fluminense.

Estrela Solitária começou a ser usado na fusão com o Club de Regatas Botafogo, em 1942,que tinha como símbolo uma única estrela –– depois da união, o escudo do time passou a ser a estrela solitária branca num fundo preto. Já o Fogão surgiu nas arquibancandas como um grito de guerra dos torcedores. Caio Martins também é estádio e sede do Botafogo. Rua Presidente Backer, sem número, Santa Rosa, Niterói (RJ), CEP 24220-000; capacidade, 8 000 pessoas.

Em 2007, em licitação promovida pela Prefeitura do Rio de Janeiro, o Botafogo, vencedor do certame, tornou-se o administrador da Arena Olímpica João Havelange, hoje denonado STADIUM RIO. É o mais moderno estádio do país e uma das mais completas, bonitas e modernas Arenas do mundo. Confira imagens no link “Que Arena mais linda”, ao lado (BLOCO – BOTAFOGO EM IMAGENS).

Campeonato Brasileiro: 1995 Taça Brasil: 1968 Taça Conmebol: 1993 Torneio Rio-São Paulo: 1962, 1964, 1966 e 1998 Campeonato Carioca: 1907, 1910, 1912, 1930, 1932/33/34/35, 1948, 1957, 1961/62, 1967/68, 1989/90 1997 e 2006 e 2010.

O surgimento - Durante uma aula de álgebra, no Colégio Alfredo Gomes, no Largo dos Leões, em Botafogo, Flávio da Silva Gomes, um inquieto estudante de 14 anos, entregou a seu colega de classe Emmanuel Sodré, um bilhete com os seguintes dizeres: “O Itamar Tavares tem um clube de futebol na rua Martins Ferreira. O que você acha de criarmos um outro?” O singelo bilhete foi interceptado pelo professor, o general Júlio Noronha. Embora severo, o general incentivou a idéia dos garotos e chegou até a fazer discurso em prol da prática esportiva. Na tarde de sexta-feira, 12 de agosto de 1904, Flávio, Emmanuel e outros dez jovens, todos com idades entre 14 e 15 anos,reúnem-se num casarão na esquina da Rua Humaitá com o Largo dos Leões para discutir a criação do time. Um dos presentes leva um bloco de recibos de um clube extinto, o Electro, que acaba sendo o primeiro nome sugerido para o novo clube. Outro garoto, Itamar Tavares, aquele que já tinha um time na rua Martins Ferreira e que havia sido convidado para participar do encontro, apresenta uma idéia aprovada por todos: a camisa do uniforme teria listras verticais pretas e brancas, parecida com a da Juventus de Turim (Itamar estudou alguns anos na Itália e apaixonou-se pela Juve). Faltava aprovar o nome. Ao comentar com sua avó, dona Chiquitota, que o clube talvez se chamasse Electro, Flávio Gomes (o do bilhetinho) foi repreendido. Onde já se viu, eles deveriam homenagear o bairro onde todos moravam, disse a velhinha. Dito e feito. Nascia assim o Botafogo Football Club.

Os primeiros treinos são realizados no Largo dos Leões, com palmeiras servindo de balizas. A partida de estréia aconteceu no dia 21 de outubro contra o Football and Athletic Club, num campo da Rua Haddock Lobo, na Tijuca. Derrota do Fogão por 3 x 0, resultado que não desanimou os sonhadores. Nesse dia, como não foi possível encomendar o uniforme listrado, o time entrou em campo todo de branco. Dois anos após a fundação, o Botafogo disputaria, em 1906 seu primeiro Campeonato Carioca, sagrando-se campeão já no ano seguinte.

Um dos heróis do título carioca de 1910, o zagueiro Dinorá estava presente no tiroteio entre seu irmão,o tenente Dilermando de Assis,e o escritor Euclides da Cunha (Dilermando era amante de Ana, mulher do escritor, morto no episódio). Dinorá recebeu um tiro na espinha que o deixou inválido. Deprimido, não suportou o fim abrupto da carreira e se atirou na Baía da Guanabara.

O Botafogo foi tetracampeão carioca, feito alcançado de 1932 a 1935. A partir daí, o time passaria a ostentar no peito, acima do escudo, quatro estrelas. O principal jogador do time é o artilheiro Carvalho Leite, que defendeu o Brasil nas Copas de 30 e 34 e que marcaria 274 gols pelo Fogão, tornando-se o segundo maior artilheiro da história do clube, atrás apenas de Quarentinha.

A história do Botafogo sempre esteve ligada a muitos dramas. Atacante excepcional, o belo e elegante Heleno de Freitas era chamado de “Gilda” pelos adversários toda vez que entrava em campo (“Gilda” era um filme de muito sucesso na época, estrelado por Rita Hayworth). Jamais ganhou um título pelo Botafogo, mas, mesmo assim, foi o grande ídolo da torcida antes da chegada de Garrincha. Jogou também no Boca Juniors e no Vasco. Dominado pela sífilis que o levaria à loucura, morreu, esquecido, num hospício em Barbacena (MG), aos 39 anos.

Em 10 anos de Botafogo, o goleiro Manga (que ganhou este apelido por ter o rosto marcado pela varíola) faturou quatro títulos cariocas (1961, 1962, 1967 e 1968) no Botafogo, perfazendo um total de 19 títulos pelo clube. No de 1967, apesar de ter erguido o troféu, foi acusado por João Saldanha de estar na gaveta do Bangu e de falhar propositadamente em alguns jogos. Diz a lenda que, para fugir da perseguição de Saldanha, que ameaçava agredi-lo, Manga pulou um muro de três metros de altura na sede do clube. Desgastado, foi negociado no ano seguinte com o Nacional de Montevidéu.

Nenhum time cedeu tantos jogadores para a Seleção Brasileira em Copas do Mundo quanto o Botafogo. Nos 16 Mundias realizados no século XX, o Glorioso teve representante em todos (em 1994, Lídio Toledo, médico do clube, foi médico da Seleção no tetra e em 1998, tivemos além dele, Zagallo como treinador). No total, 48 atletas alvinegros participaram de Copas. O recorde se deu em 1934, quando nada menos do que nove jogadores viajaram para a Itália. A saga da Copa de 1938, cuja participação do Brasil se deveu graças à decisão do Botafogo de viajar com sua equipe, será abordada em nova publicação.

Em se tratando de qualidade, o Botafogo foi mais importante em 1962, no Chile. Nílton Santos, Didi, Garrincha, Zagallo e Amarildo, que substituiu Pelé, formavam a base da equipe bicampeã mundial.

CABALÍSTICO - Renato Sá, jogador que, pelo Grêmio, derrubou longa invencibilidade do Botafogo, em 1979, seria o responsável pela quebra da invencibilidade do Flamengo, anos depois. Nos dois casos, foram séries invictas de 52 jogos. Em 1979, o Botafogo ficou 52 jogos sem perder, recorde de invencibilidade na época. A derrota que quebraria a série veio em pleno Maracanã, quando o meia Renato Sá, jogando pelo time gaúcho, marcou dois dos três gols. Anos mais tarde, o mesmo Renato Sá, agora jogando pelo Botafogo, marcaria o único gol da vitória contra o Flamengo, quebrando, numa coincidência incrível, a mesma Invencibilidade de 52 jogos do rubro-negro.

INFORMAÇÃO IMPORTANTÍSSIMA. Como o primeiro gol gaúcho em 79 ocorreu aos 22 minutos, e o gol botafoguense em 81 foi feito aos 11, o Botafogo detém o recorde absoluto, por ficar mais tempo invicto que o Flamengo. Nada pode escapar.

Em 1995, o clube conseguiria sua conquista mais importante desde a Taça Brasil de 1968, o fim do jejum de títulos com o Campeonato Carioca de 1989 e a Copa Conmebol de 1993. Com uma equipe sem muitas estrelas porém bem dirigida por Paulo Autuori, o Botafogo se escorou na ótima fase de Túlio para chegar ao inédito título de Campeão Brasileiro. Na tarde de 17 de dezembro de 1995, o Glorioso arrancou um empate heróico por 1 x 1 contra o Santos, no Pacaembu, depois de dois lances polêmicos: além do gol de Túlio, que estava impedido, o juiz Márcio Rezende de Freitas anulou um gol de Camanducaia e ainda validou o gol do Santos, após o autor do passe ter carregado a bola com as mãos em lance claríssimo. Mas a torcida do Fogão não perdeu o sono com as choramingações dos adversários, de São Paulo mas também aqui do Rio. Só quis saber de comemorar. Afinal de contas, no primeiro jogo da decisão aqui no Rio, com gol anulado e decisões polêmicas do árbitro, não seria favor nenhum o placar de 3x1 a nosso favor.

No Brasileiro de 2002, o clube sentiu o gosto amargo do rebaixamento para a segunda divisão. Mas com muito brio e pés no chão, o Botafogo se reergueu conseguindo, no campo, a volta à divisão de elite ficando em segundo lugar na Série B de 2003. A partir daí, apesar das confusões nas decisões cariocas de 2007/9, já começa a se firmar como clube vencedor com 2 títulos cariocas (2006, 2010) e 6 troféus lindamente conquistados entre Taça GB e Taça Rio.